terça-feira, 18 de junho de 2013

Situações de Aprendizagens

Apresento as Situações de Aprendizagens desenvolvidas nos encontros presenciais do Curso Melhor Gestão Melhor Ensino - 2013

Avestruz
Mário Prata

O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus dez anos, uma avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu as avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo
impressionou o garoto.
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruzes. E se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. A avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a avestruz, deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase três metros. 2,7 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé.
Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que logo depois, Adão, dando os nomes a tudo que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que elas vivem até os setenta anos e se reproduzem plenamente até os quarenta, entrando depois na menopausa, não têm, portanto, TPM. Uma avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem gerar de dez a trinta crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que elas comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto num psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.

PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/ 6º ano vol. 2
Caderno aluno p. 9
Caderno do Professor p. 18

Situação de aprendizagem 1: Texto “Avestruz” – Mário Prata
ETAPA 1: Leitura compartilhada do texto, fazendo o jogo de adivinhações, ou seja, leitura dialogada ativando o conhecimento prévio do aluno sobre a ave; checagem de hipóteses, isto é, buscando respostas adequadas a leitura.
ETAPA 2: Pedir para os alunos que circulem as palavras de difícil compreensão, fazendo o uso do dicionário e pesquisa na sala de informática.
ETAPA 3: Comparação de informações ou generalizações com estratégias de leitura e produção, ou seja, produzir uma história em quadrinhos, para medir relevância de informações.
ETAPA 4: Produção de inferências globais, ou seja, reescrita do texto pedindo que os alunos improvisem um novo final à história original e expor os trabalhos no mural da sala.
4 aulas- 5ª série 6º ano

Pausa
Moacyr Scliar

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu,bocejando:
— Vais sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume na voz.
— Temos muito trabalho no escritório — disse o marido, secamente
Ela olhou os sanduíches:
— Por que não vens almoçar?
— Já te disse; muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga. Samuel pegou o chapéu:
— Volto de noite.
As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente; ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas. Estacionou o carro numa travessa quieta. Como pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo.
Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:
- Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...
- Estou com pressa, seu Raul - atalhou Samuel.
- Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. - Estendeu a chave.
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:
- Aqui, meu bem! - uma gritou, e riu; um cacarejo curto.
Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave. Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata.
Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se e fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.
Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.
Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa. Perseguido por um índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados; índio acabara de trespassá-lo com a lança Esvaindo-se em sangue, molhado de suor. Samuel tombou lentamente: ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu. Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
- Já vai, seu Isidoro?
- Já - disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.
- Até domingo que vem seu Isidoro - disse o gerente.
- Não sei se virei - respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caía.
- O senhor diz isto, mas volta sempre - observou o homem, rindo.
Samuel saiu.
Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.

Situação de Aprendizagem 2 - Texto: Pausa (9º ano EF)
Etapa 1
Levantar hipóteses sobre o que os alunos entendem por “pausa”.
Questionar: Em que momentos você sente vontade de dar uma pausa?
Etapa 2
Leitura do texto por parágrafos.
Levantamento de palavras desconhecidas.
Conhecimento sobre o gênero textual, tipologia.
Etapa 3
Leitura compartilhada para resgatar algumas informações que possam ter ficado pendentes.
Etapa 4
Leitura silenciosa.
Etapa 5
Socialização – valores éticos.


Meu Primeiro Beijo
Antonio Barreto

É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
"Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausta, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto juntos, o abismo do primeiro beijo.Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram... e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!

BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.

Extraído de: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22430

Situação de Aprendizagem 3 - Texto: Meu primeiro beijo (6º ano).

Pressupõe-se que o professor já tenha trabalhado os elementos da narrativa anteriormente.
Etapa 1
Discussão oral.
Como foi seu primeiro beijo? Você ainda se lembra?
Você conversou com seus pais sobre isso?
Vocês conhecem a história do beijo?
Em outras culturas o beijo tem o mesmo papel que na nossa?
Qual a relação entre o beijo e o amor?
Tem idade certa para beijar? E para se apaixonar?
O que você espera de um texto com este título?
Etapa 2
Leitura do 1º parágrafo. Discussão oral.
Por que o narrador chama seu “parceiro” de Cultura Inútil?
Por que estas palavras estão grafadas com letra maiúscula?
Etapa 3
Leitura do 2º ao 6º parágrafo.
Novamente o narrador se refere ao seu parceiro com outro nome, o Culta, por que ele faz isso?
No bilhete enviado a menina, o garoto a diz que ela é a glicose do seu metabolismo. O que ele quis dizer com isso?
Etapa 4
Leitura do 7º ao 11º parágrafo.
Qual era a intenção do garoto ao explicar a garota tantas informações sobre o beijo?
Etapa 5
Leitura do 12º ao 14º parágrafo.
O texto correspondeu as suas expectativas iniciais?
Você conhecia todos esses dados sobre o beijo?
O que o narrador quis dizer com a expressão “o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram... e foi ficando nisso...”?
Etapa 6
Responda no caderno:
1. Que tipo de texto é este?
2. O foco narrativo está em 1ª ou 3ª pessoa? Retire do texto um trecho que comprove sua resposta.
3. Em que espaço se desenvolve a narrativa? Descreva-o.
4. Em quanto tempo se passa a narrativa?
5. Circule no texto as marcas de passagem de tempo.
6. Quem são as personagens do texto? Descreva-as.
7. Resuma em poucas linhas o texto, seguindo a seqüência da narrativa.
8. Produza um pequeno parágrafo contando como foi ou como você espera que seja o primeiro beijo.
Etapa 7
Sobre o autor
Pequena biografia do autor (apreciação por parte do professor).
Etapa 8
Leitura em voz alta do texto.

sábado, 8 de junho de 2013

Depoimento sobre leitura e escrita

Comecei a ler muito cedo, adorava admirar as capas dos livros mesmo sem saber direito sobre o que falava. Comia com os olhos as ilustrações, fotos, desenhos, quadros e pinturas diversas.
Quando aprendi juntar as letrinhas, conheci um mundo novo cheio de possibilidades, ficava um tempo parada refletindo o que o autor reservava no próximo capítulo, o primeiro livro que li tinha o título de “Lucia já vou indo”, era fino de poucas páginas e linguagem simples, adorei!
De todos os depoimentos, o que mais apreciei foi o de Gilberto Gil, que aprendia sobre o mundo enquanto sua avó cozinhava que delícia devia ser. Marilena Chaui trás também uma contribuição rica e feliz ao dizer que trazemos o autor do passado para o tempo presente quando lemos sua obra, enfim como diz Gabriel “o pensador” mesmo aquele que não gosta de ler ou de produzir textos, se cruzar com alguém que saiba incentivar da maneira correta e oportuna, podemos criar grandes escritores.

Leni Dionisio da Silva

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Minha amiga imaginária...


A leitura foi especialmente na minha infância e adolescência minha "amiga imaginária" eu explico esse termo que utilizei: é que eu sempre fui tímida e caladona, sendo assim passava boa parte do tempo livre viajando pelas histórias dos livros, principalmente ficção e romance. Por falar em romance lembrei-me de uma experiência desagradável na faculdade em relação à admiração que eu tinha sobre o romancista: Sidney Sheldon eu era fascinada pelas histórias dele cada pagina tinha pra mim um sabor de quero mais, mas um belo dia minha professora de lingüística "ZILA" fez críticas severas ao estilo dele e a seus leitores eu fiquei decepcionada não sei se com ela ou com relação a minha visão a respeito dele.
Vou fazer aqui uma confissão de primeira mão depois disto não li mais livros dele e nem tive mais a mesma paixão por outros escritores.

Kátia Vieira da Paixão

terça-feira, 4 de junho de 2013

Minha experiência leitora...

O gosto pela leitura e escrita é algo muito particular de cada pessoa. Minha vontade de escrever assim como o de ler começou muito cedo. Lembro-me como hoje, toda vez que meu irmão saía para a escola eu corria para mesinha de centro da sala de minha casa e tentava escrever meu nome, a vontade era tamanha que eu insisti até iniciar a pré escola.
Com apenas 6 anos meses depois de iniciar o antigo “prézinho” comecei a ler. Gibis, contos infantis e fábulas eram minhas leituras preferidas, os meus maiores companheiros de infância... O gosto pela leitura se expandiu ao longo de minha vida, na adolescência me interessava pelos romances histórias de amor que davam certo e me frustrava com finais que não eram felizes, ou melhor, os que não me agradassem as expectativas, viajava no pensamento dos autores... um romance que marcou é Dom Casmurro de Machado de Assis parece loucura, mas os “olhos de ressaca de Capitu” me davam incentivo de ler todo o restante para saber como aquela história iria acabar.
Ao longo de minha vida ler tornou-se um refúgio, um abrigo, um lugar onde fico em silêncio, onde posso ser quem eu quiser e ir onde eu quiser, a leitura me faz viajar em lugares onde jamais estive me trouxe novos conhecimentos, aguçou meu pensamento crítico e aumentou muito meu conhecimento de mundo. Se eu pudesse me definir, diria que parte de mim é o que li até hoje; a outra é o que ainda pretendo descobrir.

Karla Gabriele  Martins Camargo


Depoimentos sobre leitura e escrita

Lembranças...
Quando estudava na pré escola, adorava ouvir as histórias que a professora Neuzinha contava, ficava encantada com a forma com que ela desenvolvia a leitura com a minha turma, com sete anos aprendi a ler e escrever com a utilização da "Cartilha Caminho Suave",embora não seja um livro literário e sim uma cartilha de alfabetização, foram inesquecíveis historinhas do P da pata, o C da casa e o Z de zabumba.Gostava muito de repetir as historinhas...
Hoje, depois de várias experiências, tenho para mim que a leitura faz diferença para aqueles que dedicam parte do seu tempo com leituras diversificadas. Sou eternamente grata à minha professora do pré escola que tenho como referencia pelo carinho e dedicação. 

Depoimento:Jean Carla